sábado, 16 de abril de 2016

O VALOR DA CORAGEM

"A coragem não é somente uma qualidade ou um traço de caráter. É o elemento criador, por excelência; é o dínamo que torna possível o aperfeiçoamento da personalidade. Todos os nossos atos, todos os nossos sentimentos, todos os nossos pensamentos levam a marca do nosso grau de coragem. A coragem física e a coragem moral são interdependentes: dificilmente se desenvolve uma sem a outra. A coragem e o heroísmo existem em cada um de nós em estado latente. Cumpre estimulá-los desde o berço, dando-lhe preeminência entre as qualidades a serem cultivadas. O heroísmo não é um luxo: é o emprego da totalidade das nossas forças construtivas. O soldado no fragor da batalha, o crente que afirma em público a sua fé, o aluno que impede uma greve e que se rebela contra um falso conceito de coleguismo enfrentam situações que fazem apelo às energias máximas da personalidade."
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Maria Junqueira SCHMIDT. Educação pela recreação, Rio de Janeiro: Agir Editora. (Extrato enviado pela professora KATHREN Silveira Batista).

quarta-feira, 13 de abril de 2016

O DEVER DE FIDELIDADE

“Nem Deus nem a Pátria, nem a família, são bens que se escolhem. Pertencemos a eles e debemos servi-los com fidelidade até a norte. Desertar, esquecê-los ou voltar-se contra eles é traição, o maior dos crimes […] Conscientizar-se de nossa origem divina, de que o próprio Deus se fez carne para imolar-se na Cruz por amor aos homens; conscientizar-se da verdadeira história da Pátria; saber-se herdeiro, continuador e responsável de uma grande obra nacional e da honra familiar, é proclamar a nobreza de origem, a gloria do Fidalgo, seja rico ou pobre de bens materiais”.
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Jordán BRUNO GENTA. Citado por Alberto Caturelli em sua “Historia de la filosofía en la Argentina”, Buenos Aires, 2001, p.457).



A PERSONALIDADE DE UMA PÁTRIA

“A personalidade de uma pátria não se baseia apenas na conformação cartográfica ou na fisionomia do seu espaço físico, pois se tal se desse, teríamos um corpo sem alma; ela compreende também as origens da Nação e o seu desenvolvimento intelectual, moral, espiritual, através do tempo. (...) Sem tradição não pode haver virtude, nem dignidade, nem independência, nem amor à gloria. Sem tradição, cada um procura o gozo material, os prazeres, as posições e os cargos, porém, jamais procura os caminhos do Dever para com Deus e a Pátria”.
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Plínio SALGADO. Nosso Brasil, Obras Completas IV, São Paulo: Editora das Américas, P. 287-289.

A ALMA DA PÁTRIA

“Ninguém como eles, os Evangelizadores, empreende mais gloriosa ‘entrada’ nos sertões. Sua bravura ilumina-se pelo doce clarão das virtudes. Seu sacrifício purifica-os. Sua abnegação torna-os santos. Sua renúncia às coisas materiais revela a ambição maior das alegrias eternas. Eles penetram o sertão virgem, cheio de surpresas, a fim de chamar as almas barbaras para o caminho de Cristo. Sua palavra toca os corações, domina os instintos, encanta, arrasta, conduz. Os Evangelizadores percorrem, assim, os vastos panoramas. Eles ficam fazendo parte da paisagem. O sino de uma ermida rústica anunciará, em breve, aos sertões, a hora tão doce e religiosa do por do sol. O sino cantará nas madrugadas. Os selvagens, brutos, virão escutar os cânticos sagrados. E Deus, do alto do céu sertanejo, sorrirá para o Brasil que está nascendo... Escutai o canto dos sinos nos panoramas do sertão! As almas dos semeadores da beleza moral passam leves, diáfanas, no azul do céu, por sobre a refulgência das tardes sertanejas. E a alma da nossa pátria entoa, no esplendor do seu lindo sonho, a eterna canção que lhe ensinaram os Evangelizadores das Selvas”.
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Plínio SALGADO. Nosso Brasil, Obras Completas IV, São Paulo: Editora das Américas, p. 292-293.

sábado, 9 de abril de 2016

A MUDANÇA DO ESTADO

 “Hoje o Estado dirige a economia e se passa por empresário; supervisiona a educação e administra o ensino em todos os níveis; intervém na vida da família e inclusive promove planos de controle de natalidade. Em plena monarquia absoluta – cujo apogeu na França coincidiu com o reinado de Luis XIV – o Estado não fazia nada disso, embora desse os primeiros passos na política de uma economia dirigida, pálida imagem da que atualmente temos ante nossos olhos. As autoridades sociais daquela época, embora já sem o poder e o prestígio que haviam gozado em séculos anteriores, desempenhavam, em sua esfera de ação, um papel de grande importância, o que implicava numa ampla descentralização na sociedade política. Se nos remontássemos a épocas mais distantes, veríamos o vigor com que essas autoridades sociais, nas monarquias cristãs da Idade Média, limitadas e representativas, cumpriam tarefas que ninguém imaginava que pudessem ser exercidas pelo soberano, ao qual correspondia salvaguardar o interesse de toda coletividade, manter a paz e fazer cumprir a justiça, sem imiscuir-se nem na organização do trabalho que incumbia às corporações de ofício, nem no ensino, nem na assistência social proporcionadas pela Igreja, nem nas Universidades que desfrutavam da autonomia que foi perdida com a intromissão estatal. Mas não era apenas isso. Até mesmo o poder de policia, a faculdade de tributação e a força armada escapavam das mãos do monarca, pois os senhores feudais mantinham a ordem pública em seus domínios, cobravam impostos e mobilizavam tropas quando ainda não haviam exércitos permanentes. Então, o que fazia o rei? Muito pouco. E onde estava o Estado: na verdade, eclipsou-se na sociedade feudal. A Idade Média, como já foi dito, foi a idade de ouro das comunidades, ao irradiar-se as funções do Estado no conjunto orgânico das sociedades. A fragmentação da soberania e a descentralização são as duas marcas características apontadas pelos juristas e historiadores ao caracterizar o feudalismo”.
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José Pedro GALVÃO DE SOUSA. El cambio del Estado, Revista Verbo, Madri, ns. 235-236, p. 595-596.