quarta-feira, 13 de abril de 2016

A ALMA DA PÁTRIA

“Ninguém como eles, os Evangelizadores, empreende mais gloriosa ‘entrada’ nos sertões. Sua bravura ilumina-se pelo doce clarão das virtudes. Seu sacrifício purifica-os. Sua abnegação torna-os santos. Sua renúncia às coisas materiais revela a ambição maior das alegrias eternas. Eles penetram o sertão virgem, cheio de surpresas, a fim de chamar as almas barbaras para o caminho de Cristo. Sua palavra toca os corações, domina os instintos, encanta, arrasta, conduz. Os Evangelizadores percorrem, assim, os vastos panoramas. Eles ficam fazendo parte da paisagem. O sino de uma ermida rústica anunciará, em breve, aos sertões, a hora tão doce e religiosa do por do sol. O sino cantará nas madrugadas. Os selvagens, brutos, virão escutar os cânticos sagrados. E Deus, do alto do céu sertanejo, sorrirá para o Brasil que está nascendo... Escutai o canto dos sinos nos panoramas do sertão! As almas dos semeadores da beleza moral passam leves, diáfanas, no azul do céu, por sobre a refulgência das tardes sertanejas. E a alma da nossa pátria entoa, no esplendor do seu lindo sonho, a eterna canção que lhe ensinaram os Evangelizadores das Selvas”.
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Plínio SALGADO. Nosso Brasil, Obras Completas IV, São Paulo: Editora das Américas, p. 292-293.

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