“Ninguém
como eles, os Evangelizadores, empreende mais gloriosa ‘entrada’ nos sertões.
Sua bravura ilumina-se pelo doce clarão das virtudes. Seu sacrifício
purifica-os. Sua abnegação torna-os santos. Sua renúncia às coisas materiais
revela a ambição maior das alegrias eternas. Eles penetram o sertão virgem,
cheio de surpresas, a fim de chamar as almas barbaras para o caminho de Cristo.
Sua palavra toca os corações, domina os instintos, encanta, arrasta, conduz. Os
Evangelizadores percorrem, assim, os vastos panoramas. Eles ficam fazendo parte
da paisagem. O sino de uma ermida rústica anunciará, em breve, aos sertões, a
hora tão doce e religiosa do por do sol. O sino cantará nas madrugadas. Os
selvagens, brutos, virão escutar os cânticos sagrados. E Deus, do alto do céu
sertanejo, sorrirá para o Brasil que está nascendo... Escutai o canto dos sinos
nos panoramas do sertão! As almas dos semeadores da beleza moral passam leves,
diáfanas, no azul do céu, por sobre a refulgência das tardes sertanejas. E a
alma da nossa pátria entoa, no esplendor do seu lindo sonho, a eterna canção
que lhe ensinaram os Evangelizadores das Selvas”.
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Plínio SALGADO. Nosso
Brasil, Obras Completas IV, São Paulo: Editora das Américas, p. 292-293.
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