sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A CORRUPÇÃO DOS MELHORES

“A Cidade é como um navio de homens, a bordo do qual, esses homens enfrentam a fúria dos elementos e alcançam seu termo ou destino, mas que também podem naufragar. Quando um barco é bem pilotado e reina a bordo a ordem e a hierarquia, tudo nele, até mesmo os defeitos da tripulação, aproveita para o bem (pensemos na rudeza dos marinheiros, que pode ser necessária em momentos de perigo). Quando, em troca, a direção do navio é débil e vacilante; quando se duvida da rota empreendida ou surge o temor do motim interno, tudo nele conspira para o mal, até mesmo as virtudes dos bons, aos quais o próprio pânico na defesa dos seus converte em feras. E de tal maneira a vida privada e a pública são interdependentes que a corrupção da cidade corrompe ao homem, e em tanto maior medida quanto maior é a qualidade de sua alma, porque a ‘corrupção do melhor é o pior’. Semelhante à terra de má qualidade que prejudica, antes de tudo, as boas plantas fazendo-as degenerar ou morrer, ao passo que permite a vida das ervas ruins, assim a sociedade – terra do homem – acarreta com sua corrupção a degeneração moral dos melhores”.
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Rafael GAMBRA. Sociedad y religación: la Ciudad como habitáculo humano. Revista Verbo, n. 91-92, p. 11.

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