quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

AS LEIS DE "EDUCAÇÃO"

Talvez nenhum instrumento tenha se revelado mais eficaz para dissolver o alicerce familiar de uma sociedade que as famosas Leis de Educação de inspiração socialista, “made in UNESCO”, como a lei Edgar Faure na França, ou a lei do “Libro Blanco” na Espanha.
Estas leis destinam-se – como oficialmente foi dito – a “mudar a mentalidade do país”, mas precisamente através da dissolução efetiva da sociedade familiar. O ensino geral e uniforme e obrigatório requer – como se sabe - concentrações escolares, mesmo assim gerais e obrigatórias. O pai de família ao ver partir seu filho de 10 anos em “condução escolar” para ser “educado” em outra cidade, por vezes distante e em regime de aquartelamento, de segunda a sábado, pode dizer adeus à alma deste filho, e também à ideia de continuidade familiar, ao prolongamento do seu trabalho, de suas terras, de tudo quanto poderia considerar “seu”. Se isto não pode evitar, como evitará anos mais tarde alguns cursos de “aperfeiçoamento cultural ou técnico” do seu filho, por exemplo, na União Soviética Talvez alguém considere aqui um exagero, e certamente o é pelo momento. Mas é sabido que o essencial está em aceitar o princípio (no caso, que a educação e “profissionalização” é assunto do Estado): o restante logo virá, é questão de apertar a seu tempo os parafusos.
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Rafael GAMBRA CIUDAD. As novas técnicas da Revolução Cultural, in Revista Hora Presente, novembro/1972, n. 13, p. 162-163. 

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