A comemoração litúrgica da Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que na dor consumou nosso resgate, é uma lição repetida, é uma
sabatina dos dois lados essenciais de nossa vida: o lado Cruz em que Nosso
Senhor assumiu todas as nossas dores, convidando-nos a assim nos associarmos à
sua obra, e descarregou com seu sangue a tensão de inimizade entre o homem e
Deus; o lado Ressurreição com que ultrapassa tudo quanto poderíamos desejar.
Para descrever o contraste da obra redentora São Paulo nos diz que “onde
abundou o pecado superabundou a graça”, de onde poderíamos tirar várias
conclusões de júbilo transbordante: onde abundaram tristeza e lágrima,
superabundou a alegria. Ainda vemos essa alegria da Glória no lumem fidei, na lamparina da Fé
que nos mostra tudo em sinais enigmas; mas um dia, se não opusermos a nossa
vontade à vontade de Deus, veremos tudo o que estava escondido, e tudo
resplandecerá no lumem Gloriæ.
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Gustavo CORÇÃO. A semana Santa Editorial da
revista PERMANÊNCIA, Ano VI, n° 54-55, Abril-Maio de 1973.
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