quinta-feira, 24 de julho de 2014

O AMOR É

“Assim me foi revelado progressivamente que não era preciso ouvir os homens, mas compreendê-los. Lá em baixo na cidade, sob os meus olhos, a gente pouca consciência tem da cidade. Eles julgam-se arquitetos, pedreiros, guardas, padres, tecedores de linho, julgam-se pelos seus interesses ou pela sua felicidade e não sentem o amor, da mesma maneira que o não sente aquele que vagueia pela casa, todo absorvido pelas dificuldades do dia. O dia é para eles cenas do lar. Mas, à noite, aquele que discutiu volta a encontrar o amor. E o homem assoma à janela, à luz das estrelas, de novo responsável por aqueles que dormem, pelo ganho do pão, pelo sono da esposa que está mesmo ali do lado, tão frágil e delicada e passageira. No amor não se pensa. O amor é”.


__ Antoine de SAINT-EXUPÉRY. Cidadela, trad. de Alípio Maia de Castro, Lisboa-São Paulo, Aster-Quadrante, p. 286.


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