quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

NOS ENCAMINHAMOS PARA UM SOCIALISMO ABSOLUTO

Albert CAMUS [no livro "O homem revoltado"] mostra como a atual sociedade não marcha para certa socialização, regulável ao agrado dos teólogos, senão para um socialismo absoluto, que se move sobre o pressuposto certo de que o homem é infinitamente plástico, sem nenhuma natureza humana, senão entregue ao puro fluir histórico. Macha para um socialismo em que cada ser humano, partícula do grande Monstro Coletivo, não deve ter outra reflexão que a do reflexo condicionado que provenha da Central do Monstro. Ali, cada homem individual deve chegar a ser, dentro do todo social, um puro jogo de forças submetido a um projeto prolixamente calculado. O socialismo, monstro do terror racionalizado, não pode surgir em qualquer momento da história humana, senão quando está tenha alcançado um determinado grau de degradação. Quando tenha perdido o sentido de Deus, o sentido da majestade da autoridade pública, o sentido da santidade da família, o sentido da dignidade pessoal do homem. O comunismo é o termo e o resultado de um processo secular de degradação em que a sociedade desligada dos valores sobrenaturais, encarnados no sacerdócio, dos valores da dignidade política, encarnados na nobreza, dos valores da eficácia econômica, encarnados na burguesia, explora os baixos instintos do ressentimento das classes mais desvalidas pretendendo edificar sobre o ódio destas todo o edifício social. (...) O absurdo perverso e nefasto do socialismo estriba precisamente em que quer nivelar por baixo todos os valores e classes sociais. Todos os homens igualmente ateus, todos igualmente livres de vínculos políticos, todos sem propriedade econômica; vale dizer, todos proletarizados, isto é, desintegrados. E como os átomos desintegrados não podem coexistir sozinhos, um poder férreo, duro, implacável, os obriga a agrupar-se em um grande Todo, homogêneo e coletivo, fundado e sustentado no terror permanente.


R. P Julio MEINVIELLE. El comunismo en la revolución anticristiana, 4. ed., Buenos Aires: Cruz y Fierro Editores, 1982, pp. 61-62.
Padre Julio Meinvielle (1905-1973)

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