“E a
evidência, de que todo o inferno está comprometido “na maior das catástrofes
sociais”, que é o advento do comunismo, como advertiu, há mais de um século,
Donoso Cortês, está na diligencia com que o “pai da mentira” escolhe e prepara
seus agentes, com a paciência e a meticulosidade de quem tem a eternidade
diante de si.
No prefácio
de seu livro – “Marx et les Marxistes” – Kostas Papaioannou assim traça o
perfil do idealizador da doutrina:
“Prometeu –
que é o deus ou gênio do fogo – e Lúcifer, estas duas máscaras do rebelde romântico,
acompanham Marx durante toda a sua longa existência. Nos seus primeiros
escritos, encontramos já Prometeu glorificado na primeira fila dos ‘mártires e
de santos filósofos’. O Tentador também é evocado num de seus poemas da
juventude. Ele aparece sob o aspecto de um músico selvagem, que se recusa a
cantar a harmonia da criação e que não quer senão atravessar as almas com sua
espada. Deus, diz ele, não ama e nem honra as artes; a arte é nutrida com
vapores do inferno, é o Diabo que a inspira... O ‘galhardo negro das Trevas’,
como Engels e Edgard Bauer o tinham chamado, levara para sempre o traço de suas
brejeirices com o Maligno: todos esses jatos de luz intensa, esses traços
maliciosamente sardônicos, deliberadamente blasfematórios, esses sarcasmos
gigantescos, que bruscamente envolvem a prosa de Marx – ver a audácia e o esplendor
por vezes lúgubre de suas fulgurações – têm por fonte sua inimizade prometeana
com a ordem dos deuses implacáveis que ele viu troar sobre um Olimpo de
infâmias”.
(...)
“Não é a
primeira vez – insiste Monsenhor Delassus -
que se produz uma invasão de satanismo na cristandade. No século XV, a
Reforma foi precedida de um extraordinário desenvolvimento de magia. O
protestantismo a favoreceu por todos os modos e produziu o descobrimento da
feitiçaria, que, durante o século XVII, caiu como um pesadelo sobre a Alemanha,
Inglaterra e Escócia...”. “Uma onda de ocultismo – escreve por sua vez Leon de
Poncis – precedeu e acompanhou os dois movimentos revolucionários de 1789 e
1917. Os teósofos e iluminados do século XVIII, Boheme, Swdenborg, Marxinez de
Pasqualis, Cagliostro, o conde de Santi Germain, etc., têm sua contrapartida
nas numerosas seitas russas e nos magos e ocultistas da corte imperial da
Rússia – Felipe, Papus, o tibetano Badmaieff, e, sobretudo, Rasputin, cuja
extraordinária influencia contribuiu diretamente para desencadear a revolução”
(Jean Ousset, “Para que El Reine”, nota n. 38, pp. 27-28).
Isso explica
porque Satanás encontrou campo propicio aos seus desígnios na infeliz pátria de
Berdiaeff.
“Lênin
dissera: ‘Se tivesse havido na Rússia, em 1917, somente umas dez centenas de
homens sabendo bem o que eles queriam, não teríamos, jamais, chegado a ocupar o
poder” (Apud José Pedro Galvão de Sousa – “A Esperança Política”, in Problemas
Brasileiros, n. 155, 0. 23, Julho de 1976).
Vale dizer
que, em duzentos milhões de pessoas, não havia na Rússia mil justos, como em
Sodoma e Gomorra não avia dez. Daí por que ambas foram destruídas – e cada qual
a seu modo: a primeira, pelo fogo de Prometeu, o deus do fogo, a que se
afeiçoara Marx; a segunda, pelo fogo do Céu; a primeira, por morte aviltante,
porque produzida pela sanha do homem, possuído por Satan; a segunda, mais
nobre, porque vida direta do Céu.
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