“Ao acordar, a vida recomeça. Tiremos ao nosso repouso alguns minutos, e
não neguemos a Deus as primícias do novo dia, para não nos privarmos das graças
da oração matinal. Os nossos afazeres vão colher-nos na sua engrenagem; convém
por isso termos tempo para orientar o dia e consagrá-lo a Deus.
A oração da manhã é a oração de Cristo ao entrar no mundo: Eis que venho, ó Deus, para fazer a tua
vontade (Hebr 10, 5-7). Também nós podemos dizer a Deus: ‘Senhor, venho receber as vossas ordens para
este dia, a fim de estabelecer o vosso reinado na minha família, pelo meu
carinho para com todos os meus. Fazei com que eu não me irrite com as minhas
faltas de humor ou com o meu trabalho pessoal. Fazei com que o meu orgulho não
me impeça de compreender as pessoas, e que não recorra à dureza quando tiver de
repreender alguém.
Estou disposto a fazer a vossa vontade
em todos os deveres do meu estado. Não permitais que transija com a injustiça,
que ceda à mentira, que me abandone às leviandades perigosas. Desejo ouvir os
meus irmãos com paciência, julgá-los sem amargura, orientá-los com serenidade,
obedecer com entusiasmo, perdoar de sorriso nos lábios. Abençoai, Senhor, todos
aqueles que hoje me prestarão serviços, ao mesmo tempo que me proponho servir
os que tiverem necessidade de mim.
Senhor, eis-me aqui para encarnar entre
os homens a verdade e a caridade do vosso Evangelho. Irei mostrar sem timidez
nem ostentações, a todos aqueles que abordar, o que é um cristão. Fazei com que
eu não dê a ninguém motivo de escândalo e que, pelo menos, faça alguém mais feliz”.
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Georges CHEVROT. Em segredo, São Paulo: Quadrante, 1981, p. 35-36.
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