“Soçobram impérios por não terem
guardado as suas tradições mais caras, os seus usos e costumes, que, ao longo
do tempo, se foram mudando, em acidentes, enquanto deveriam conservar-se na sua
essência. (...) Na ordem espiritual, como na temporal, a tradição vivifica as instituições
e lhes transmite o sopro da vida. A tradição é dinâmica, não estática. (...)
Nem tudo o que passou deve ser conservado. Mas a depuração, pelo tempo, do que
beneficiou o povo, os valores que se lhe acrescentaram como patrimônio moral, histórico,
espiritual, literário, artístico, na mais alta expressão dos vocábulos, essa é
a tradição. Por mais paradoxal que seja a aproximação, só evolui o que se
sustenta sobre bases tradicionais”.
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João de SCANTIMBURGO. Eça de Queiroz e a Tradição, São Paulo: Editora
Siciliano, 1995, p. 25-26.
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