terça-feira, 18 de março de 2014

A DESTRUIÇÃO DOS CORPOS INTERMEDIÁRIOS E O SURGIMENTO DE UM PODER SEM LÍMITES

“Como a revolução francesa não teve somente por objeto mudar um governo antigo, mas abolir a forma antiga da sociedade, ela teve que combater a um só tempo todos os poderes estabelecidos, arruinar todas as influências reconhecidas, apagar as tradições, renovar os usos e costumes e esvaziar de certo modo o espírito humano de todas as idéias sobre as quais se haviam fundado até então o respeito e a obediência. Daí o seu caráter tão singularmente anárquico. Mas afastai estas ruínas: percebereis um poder imenso que atraiu e devorou na sua unidade todas as parcelas de autoridade e de influencia antes dispersas numa série imensa de poderes secundários, de ordens, de classes, de profissões, de famílias e de indivíduos, e como que espalhadas em todo o corpo social. Nunca se havia visto no mundo um poder semelhante desde a queda do império romano. A Revolução criou este poder novo, ou melhor, ele saiu por si mesmo das ruínas acumuladas pela Revolução” 

Alexis de TOCQUEVILLE (1805-1859). L’Ancien Régime et la Révolution. Libro I, cap. II.


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