“O homem é
livre porque é capaz de dominar seus próprios atos, desde a deliberação até a
execução. Ser livre é ser senhor de si mesmo. Nesse autodomínio está o sentido
ontológico mais profundo da liberdade. Ora, como criatura racional que é, o
homem está sujeito não apenas às leis físicas ou biológicas, que regulam o
cosmo e os organismos vivos, mas também à lei moral, que o leva a praticar o
bem e evitar o mal. Acontece que, quando ele se desvia da norma da moralidade,
conhecida naturalmente pela sua razão, deixando-se conduzir por inclinações más
e abusando de sua liberdade, acaba muitas vezes por escravizar-se aos próprios
instintos, ou aos maus hábitos... Ou seja: não usando devidamente da liberdade,
na subordinação desta à ordem moral, o homem vem a perde-la, tornando-se
incapaz daquele domínio sobre si, característico essencial da liberdade”.
_______________________________
José Pedro
GALVÃO DE SOUSA. A liberdade em sua dimensão social. A
propósito da distinção entre “liberdade abstrata” e “liberdades concretas”, In. Filosofar Cristiano. Revista Semestral, n. 15-16, Córdoba:
Asociacion católica interamericana de filosofia, 1984-1985, p. 143.
Nenhum comentário:
Postar um comentário