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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A NOVA MORAL CONJUGAL E A CORRUPÇÃO DA FAMÍLIA

Não foge à observação geral o movimento organizado e a sistemática ação com que as forças tenebrosas se empenham na subversão da ordem em todas as nações, com o fim de destruir a civilização cristã.
O plano foi projetado com superior habilidade: alvo primeiro e preferido é a família, célula que é do organismo social, condição e garantia do seu bem-estar e prosperidade.
Podemos acompanhar as etapas da campanha: afrouxamento do vínculo conjugal pela emancipação da mulher; perversão, por múltiplos métodos de contracepção, de sua missão de propagar a vida humana; destruição, pelo aborto oficializado, dessa vida já iniciada; extermínio, lento mas radical, da própria família pelo divórcio, pelo amor livre, pela homossexualidade.
Aceleram este movimento de desagregação as grandes revistas de consórcios internacionais; os teatros, cinemas e televisões teleguiados por forças secretas; os Institutos, especializados em contracepção, o poderoso BEMFAM...
O mais consternador é publicações católicas e mesmo sacerdotes cooperam para a penetração dos princípios corruptores nas famílias.
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Paulo BANNWARTH S.J.. A propósito da “nova” moral conjugal, In. Hora Presente n. 13, Ano IV, Novembro/1072, p. 208.

domingo, 20 de setembro de 2015

O MITO E A REALIDADE DO AMOR

"Um só Tristão para uma só Isolda". Todo o amante julga única a sua bem-amada. É falso e é verdadeiro. O amor, como os contos de fadas, é uma mentira e uma realidade. Mentira, quando pretende aplicar-se às aparências terrestres, e realidade, como símbolo da vida espiritual e divina. Tem três graus: o sonho, que é uma aparência de aparência, depois esta aparência um pouco mais sólida do que nós chamamos o real, e enfim a verdadeira realidade, pressentida através do sonho e experimentada pela realidade imperfeita da vida quotidiana, a qual fecha o ciclo e nos põe em contacto com o eterno.
Todos os amorosos julgam possuir um ser eleito entre todos e encontrado por milagre. É estúpido, porque, não dispondo de uma escolha infinita, e impelidos por esta força essencialmente cega e anônima que é a sensualidade, são obrigados a contentar-se com o que encontram. O melhor amor, no princípio, não passa da combinação de uma necessidade e de um acaso. E o que nós amamos na bem-amada, é mais a posse do que o objecto, a consolação do que a consoladora. A própria fidelidade nada prova. Há homens de hábitos que se prendem a uma mulher, como certos amadores de vinho que só querem beber carrascão ou certos automobilistas que ficam sempre fiéis ao mesmo tipo de carro...
O amor verdadeiro começa quando a gente reconhece que o amor das criaturas não existe e que o ser "eleito" não passa de um alimento oferecido à nossa fome pelo acaso dos encontros ou de um equívoco e uma ilusão do nosso caminhar às cegas para o absoluto. Qualquer outro teria fàcilmente ocupado o mesmo lugar, porque não há pão duro para quem tem fome e toda a madeira é boa para fazer ídolos. A revelação é dura, mas deste banho de verdade, vasto e amargo como um oceano, vê-se surgir, como uma aparição que dissipa as aparências, um novo amor da criatura que nada mais deve à necessidade, ao acaso, e a mentira; este amor é puro, porque reconheceu e se despojou de todas as medidas, invulnerável, porque atravessou a morte, único, porque encontra no ser amado a imagem virgem do Deus criador. Mas antes de ressuscitar faz morrer, e é por detrás da lia do nada que se saboreia o ser.
Assim, nós não amamos um ser porque ele é único, pelo contrário, porque nós o amamos é que ele se torna único. É o amor que nos eleva à existência imutável e imortal; ele é "forte como a morte", porque, como ela, nos arranca ao tempo e às aparências. Antes de amarmos e sermos amados, não temos verdadeira existência; não passamos de uma nebulosa de possibilidades confusas e quase anônimas. O amor liberta-nos da massa informe e comum, do vão turbilhão dos átomos inseparáveis; de duas solidões faz uma. Assim, todos os blocos de mármore do mundo se assemelham mais ou menos; mas quando Miguel Ângelo escolheu um deles, ou fosse por acaso ou para esculpir o seu sonho, todos os acasos são imediatamente ultrapassados, e a forma da estátua corresponde a uma ideia única de um Deus eterno. E a matéria e a forma da obra tornam-se inseparáveis para sempre.
É precisamente o milagre do amor transformar os encontros do acaso em dons da Providência, e revelar-nos, através das provas que matam em nós tudo o que é mortal, a frágil e divina centelha de um amor irredutível a todos os denominadores comuns da matéria e do tempo. Como, sem passar pela morte, saberíamos nós que temos algo de imortal?


___ Gustave THIBON. O olhar que se esquiva à luz, Porto: Livraria Figueirinhas, 1957.

A VERDADEIRA FIDELIDADE

Caminha no teu amor, mas não esperes que a alegria te siga passo a passo. A felicidade não é a sombra do amor. Quando o amor avança, ela parece por vezes dormir ou recuar. Mas quando o teu amor tiver atingindo o seu fim que é Deus, a alegria unir-se-á de novo a ti num bater de asas e não te abandonará jamais.

A verdadeira fidelidade consiste em fazer renascer indefinidamente aquilo que nasceu uma vez, esses pobres gérmens de eternidade postos por Deus no tempo, que a infidelidade rejeita e a falsa fidelidade mumifica. Só o nascimento tem encanto, dizem os amantes da mudança; mas quem nao é capaz de renascer não chegou nunca a nascer, (há neste mundo mais abortos que nascimentos). O gesto de colher a flor é tão virgem como o de lançar o grão e o que não sabe esperar a colheita nada soube também da alegria e do amor do semeador: limitou-se a mover as mãos e embriagou-se com o seu gesto; não semeou...


Gustave THIBON. O que Deus uniu, Editorial Aster - Collecção Éfeso.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O AMOR É

“Assim me foi revelado progressivamente que não era preciso ouvir os homens, mas compreendê-los. Lá em baixo na cidade, sob os meus olhos, a gente pouca consciência tem da cidade. Eles julgam-se arquitetos, pedreiros, guardas, padres, tecedores de linho, julgam-se pelos seus interesses ou pela sua felicidade e não sentem o amor, da mesma maneira que o não sente aquele que vagueia pela casa, todo absorvido pelas dificuldades do dia. O dia é para eles cenas do lar. Mas, à noite, aquele que discutiu volta a encontrar o amor. E o homem assoma à janela, à luz das estrelas, de novo responsável por aqueles que dormem, pelo ganho do pão, pelo sono da esposa que está mesmo ali do lado, tão frágil e delicada e passageira. No amor não se pensa. O amor é”.


__ Antoine de SAINT-EXUPÉRY. Cidadela, trad. de Alípio Maia de Castro, Lisboa-São Paulo, Aster-Quadrante, p. 286.


domingo, 13 de julho de 2014

TODA VIDA HUMANA SE BASEIA NO SACRIFÍCIO E NA RENÚNCIA

"Toda vida humana se baseia no sacrifício e na renúncia. Pequenos e grandes sacrifícios. Isso é da contingência da vida, é próprio do destino terreno da criatura. Pode ser desagradável, mais é verdade. O agradável, de resto, não é o ideal de ninguém. Quando somos infelizes no casamento, não podemos, por isso, pedir ao estado que nos reconheça o direito de casar de novo. A mulher é uma só, como é um só pai. Se o nosso pai é defeituoso, não adianta requerer ao estado um segundo. E se acaso o estado reconhece esse tolo direito, o que se sucede é que fingiremos iludir-nos, com uma mulher falsa, com um falso pai..."


__ Nelson RODRIGUES. Considerações rodrigueanas (Entrevista a Otto Lara Resende, Revista “O comício”, 15/05/1952).

domingo, 23 de março de 2014

AMOR E RESPONSABILIDADE

“A etimologia da palavra responsabilidade proporcionada pelo excelente dicionário de Littré é suficientemente esclarecedora. Responsabilidade deriva de 'res' e de 'sponsus': esposo, noivo. Ser responsável por alguma coisa é estar unido a esta coisa por laços análogos aos que unem o esposo e a esposa. O que leva imediatamente consigo a ideia de escolha, de promessa, de fidelidade, em uma palavra, amor. Além de toda obrigação de tipo moral e jurídica o homem se sente responsável espontaneamente por aquilo que ama.”


Gustave THIBON. El equilibrio y la armonía, Barcelona: Belacqua, 2005.