A grande penúria espiritual que nos
oprime é, com efeito, a carência de sacerdotes. Dar sacerdotes ao Brasil é dar
injeções de vida às pobres almas brasileiras que por aí pululam ao desamparo e
à mercê das investidas da heresia e da depravação. É levar o lume santo e
salvador do Evangelho a esses rincões tão vazios de Deus! É abir às almas as
perspectivas sublimes da vida e da luz eternas por que todas aspiram e que
tantas desconhecem! É trabalhar por um Brasil melhor, porque mais orientado
para a Fé que salva e para o verdadeiro Bem que redime! É, portanto, fazer obra
de autêntico patriotismo, porque é integrar os nossos irmãos no patrimônio
civilizador que recebemos no berço da nacionalidade e que mãos protervas e
lábios satânicos contendem por arrebatar dos braços da Santa Igreja! É dar à
Pátria filhos obedientes, blindados de energias indômitas para a luta em prol
da causa de Deus que tantas vezes - e agora mais do que nunca - se confunde com
a causa mesma da Pátria. É dar à nossa infância, a quem o Estado louvavelmente
se tem incumbido de ministrar o leite das primeiras letras, o antidoto
imunizante dos venenos que corroem as adolescências desarvoradas. É dar à vida
o verdadeiro sentido que a dignifica, erguendo, sobre os fundamentos
autenticamente humanos, o edifício cristão que os coroa e sublima, pela
consciência exata e total do dever individual, doméstico e social. É preparando
almas para Deus, preparar, pelo fato mesmo, filhos úteis, prestimosos e
devotados para a grande Pátria que estremecemos.
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Pe. Jorge SOARES C. M. In Revista Semana
Católica, Bahia, 18-05-1942.
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