segunda-feira, 31 de outubro de 2016

LÉON BLOY FALA SOBRE A COMUNHÃO DOS SANTOS

"O menor dos nossos atos ecoa em profundidades infinitas e faz estremecer todos os vivos e todos os mortos, de modo que cada um dentre os milhões de seres humanos está, realmente, só diante de Deus. Tal é o abismo de nossas almas, tal é o seu mistério. Nossa liberdade é solidária ao equilíbrio do mundo e isto é necessário compreender para abarcar sem espanto o mistério da Reversibilidade, designação filosófica do grande dogma da Comunhão dos Santos. Todo homem que produz um ato livre, projeta a sua personalidade no infinito. Se dá de má vontade um níquel a um pobre, esse níquel fura a mão do pobre, cai, atravessa a terra, rompe os sóis, alcança o firmamento e ameaça o universo. Se comente um ato impuro, obscurece talvez milhares de corações que não conhece, que correspondem misteriosamente a ele e que têm necessidade de que esse homem seja puro, como um viajante que morre de sede tem necessidade do copo d'água de que fala o Evangelho. Um ato caridoso, um movimento de piedade verdadeira, canta em seu favor os louvores divinos, desde Adão até o fim dos séculos, cura os doentes, consola os desesperados, apazigua as tempestades, resgata os cativos, converte os infiéis, protege o gênero humano". 
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Citado por F. Peixoto Filho. “Léon Bloy ainda desconhecido”, in. Revista A Ordem, Rio de Janeiro, Vol. LIV - Dezembro de 1955 - N.6, p. 56.

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