quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ALEGREMO-NOS

“Nosso Salvador, bem amados, hoje nasceu: alegremo-nos. Não há lugar para a tristeza quando nasce a vida; a qual, vencido o temor da morte, põe em todos a alegria da eternidade prometida. Não há ninguém que não tenha nessa alegria uma parte”. 
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Sermão do Papa São Leão, extraído do livro O Anúncio feito a Maria, de Paul Claudel, traduzido e prefaciado por Dom Marcos Barbosa.

SOCIEDADE E RELIGAÇÃO

“A Cidade é como um navio de homens, a bordo do qual, esses homens enfrentam a fúria dos elementos e alcançam seu termo ou destino, mas que também podem naufragar. Quando um barco é bem pilotado e reina a bordo a ordem e a hierarquia, tudo nele, até mesmo os defeitos da tripulação, aproveita para o bem (pensemos na rudeza dos marinheiros, que pode ser necessária em momentos de perigo). Quando, em troca, a direção do navio é débil e vacilante; quando se duvida da rota empreendida ou surge o temor do motim interno, tudo nele conspira para o mal, até mesmo as virtudes dos bons, a quem o próprio pânico na defesa dos seus converte em feras. E de tal maneira a vida privada e a pública são interdependentes que a corrupção da cidade corrompe ao homem, e em tanto maior medida quanto maior é a qualidade de sua alma, porque a ‘corrupção do melhor é o pior’. Semelhante à terra de má qualidade que prejudica, antes de tudo, as boas plantas fazendo-as degenerar ou morrer ao passo que permite a vida das ervas ruins, assim a sociedade – terra do homem – acarreta com sua corrupção a degeneração moral dos melhores”.

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Rafael GAMBRA. Sociedad y religación: la Ciudad como habitáculo humano. Revista Verbo, n. 91-92, p. 11.

A NAÇÃO

“A nação é o passado, o presente, e o futuro. Assemelha-se a uma árvore, que não pode dar fruto se não recebe a seiva que lhe vem das raízes. Essa seiva, no caso das nações, é a tradição, elemento por excelência caracterizador de cada uma delas. Povos sem tradição tornam-se arvores secas, figueiras estéreis. A tradição nos dá o elemento essencial de uma nação por ser esta uma comunidade de herdeiros, recebendo e devendo transmitir o legado dos antepassados. Transmitir ou entregar na expressão latina ‘tradere’. Donde tradição, uma entrega constante. Tradição não é conservação estática, mas dinamismo do movimento, do progresso, da vida. Tradição que, por isso mesmo, vem do passado e tem os olhos voltados para o futuro. E que no dizer do grande historiador chileno Jaime Eyzaguirre, ‘não é uma nostalgia, mas uma esperança’”.
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José Pedro GALVÃO DE SOUSA. O transnacionalismo hispano, uma doutrina para as américas, revista Verbo, n. 157, Madri, p. 859.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

MANHAS E ARTIMANHAS DA IMPIEDADE

“Ele (o inimigo sutil e misterioso da Igreja) se encontra em todo lugar e no meio de todos: sabe ser violento e astuto. Nestes últimos séculos cuidou de realizar a desagregação intelectual, moral, social e da unidade do organismo misterioso de Cristo. Ele quis a natureza sem a graça; a razão sem a fé; a liberdade sem a autoridade; às vezes, a autoridade sem a liberdade. É um ‘inimigo’ que se tornou cada vez mais concreto, com uma ausência de escrúpulos que todavia surpreende: Cristo sim, a Igreja não! Depois: Deus sim, Cristo não! Finalmente o gripo ímpio: Deus morreu, é até: Deus jamais existiu”


Pio XII. Alocução à União dos Homens da Ação Católica Italiana, 12/10/1952, “Discorsi e Radiomessagi", vol. XIV, p. 359.