“A Cidade é como um navio de homens, a bordo do
qual, esses homens enfrentam a fúria dos elementos e alcançam seu termo ou
destino, mas que também podem naufragar. Quando um barco é bem pilotado e reina a bordo a ordem e a hierarquia,
tudo nele, até mesmo os defeitos da tripulação, aproveita para o bem (pensemos
na rudeza dos marinheiros, que pode ser necessária em momentos de perigo).
Quando, em troca, a
direção do navio é débil e vacilante; quando se duvida da rota empreendida ou
surge o temor do motim interno, tudo nele conspira para o mal, até mesmo as
virtudes dos bons, a quem o próprio pânico na defesa dos seus converte em
feras. E de tal maneira a vida privada e a pública são interdependentes que a
corrupção da cidade corrompe ao homem, e em tanto maior medida quanto maior é a
qualidade de sua alma, porque a ‘corrupção do melhor é o pior’. Semelhante à
terra de má qualidade que prejudica, antes de tudo, as boas plantas fazendo-as
degenerar ou morrer ao passo que permite a vida das ervas ruins, assim a
sociedade – terra do homem – acarreta com sua corrupção a degeneração moral dos
melhores”.
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Rafael GAMBRA. Sociedad y religación: la Ciudad como habitáculo humano. Revista Verbo, n. 91-92, p. 11.
Rafael GAMBRA. Sociedad y religación: la Ciudad como habitáculo humano. Revista Verbo, n. 91-92, p. 11.
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