Talvez nenhum
instrumento tenha se revelado mais eficaz para dissolver o alicerce familiar de
uma sociedade que as famosas Leis de Educação de inspiração socialista, “made
in UNESCO”, como a lei Edgar Faure na França, ou a lei do “Libro Blanco” na
Espanha.
Estas leis
destinam-se – como oficialmente foi dito – a “mudar a mentalidade do país”, mas
precisamente através da dissolução efetiva da sociedade familiar. O ensino
geral e uniforme e obrigatório requer – como se sabe - concentrações escolares,
mesmo assim gerais e obrigatórias. O pai de família ao ver partir seu filho de
10 anos em “condução escolar” para ser “educado” em outra cidade, por vezes
distante e em regime de aquartelamento, de segunda a sábado, pode dizer adeus à
alma deste filho, e também à ideia de continuidade familiar, ao prolongamento
do seu trabalho, de suas terras, de tudo quanto poderia considerar “seu”. Se
isto não pode evitar, como evitará anos mais tarde alguns cursos de “aperfeiçoamento
cultural ou técnico” do seu filho, por exemplo, na União Soviética Talvez
alguém considere aqui um exagero, e certamente o é pelo momento. Mas é sabido
que o essencial está em aceitar o princípio (no caso, que a educação e “profissionalização”
é assunto do Estado): o restante logo virá, é questão de apertar a seu tempo os
parafusos.
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Rafael GAMBRA CIUDAD. As
novas técnicas da Revolução Cultural, in Revista Hora Presente, novembro/1972,
n. 13, p. 162-163.
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