Os melhores analistas do nosso tempo coincidem
em ver nele aspectos de relevância, ao lado de outros fortemente negativos. Estão
concordes com a tradição cristã, a qual sempre viu no mundo uma realidade ambivalente.
Deus amou o mundo a ponto de lhe dar seu Filho unigênito. O mundo, nesse
sentido básico, ontológico, o mundo da natureza e da criação, Deus declarou-o bom,
muito bom (as naturezas são boas num duplo
sentido: em si mesmas e nas suas atividades, operações, virtualidades de
crescimento). Mas de outro lado, o estado
presente desse todo, desse “mundo” é mau: a natureza humana, glória e fim da
criatura material, está enferma, tem as forças debilitadas, o crescimento
ameaçado. E na medida em que recusa a mensagem da salvação e a virtude
saneadora da graça, o mundo se tranca no mal. Como acaba de nos lembrar o papa
na sua alocução para o encerramento do presente Sínodo: “o poder das trevas
domina ainda o mundo”.
__ Alfredo
LAGE. A Revolução
da Arte Moderna, Rio de Janeiro, AGIR, 1969, p. 11.
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