sábado, 3 de outubro de 2015

AS CONSEQUÊNCIAS DA DESORDEM DO ENTENDIMENTO


“A diminuição da fé, que produz a diminuição da verdade, não leva consigo, forçosamente, a diminuição, mas o extravio da inteligência humana. Por isso, todos temos visto passar diante de nossos olhos esses séculos de altíssima cultura, que têm deixado empós si um sulco, menos luminoso que inflamado, na prolongação dos tempos. Ponde,contudo, neles os vossos olhos: olhai-os bem – uma vez e outra vez – e vereis que seus resplendores são incêndios que não iluminam, mas apenas relampagueiam. Qualquer um diria que sua iluminação procede da explosão súbita de matérias em si obscuras, mas inflamáveis, antes que das puríssimas regiões onde se engendra aquela luz aprazível, dilatada suavemente nas abóbodas do céu, com soberano pincel, por um pintor soberano (...)
A inteligência dos incrédulos pode ser altíssima, a dos crentes humilde: a primeira, porém, não é grande senão à maneira do abismo; ao passo que a segunda é santa, à maneira de um tabernáculo; na primeira, habita o erro, na segunda a verdade. No abismo está, com o erro, a morte; na segunda, com a verdade, a vida (...)
Por essa razão, para aquelas sociedades que abandonam o culto austero da verdade pela idolatria, não há esperança alguma. Após os sofismas, vêm as revoluções, e após os sofistas, os verdugos”.
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Juan DONOSO CORTÉS. Ensayo sobre el Catolicismo, el liberalismo y el Socialismo. Buenos Aires: Editorial Americalle, p. 25.

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