segunda-feira, 30 de novembro de 2015

LUTA CONTRA O DESÂNIMO

       

(Argel,1943)

         “Senhor, dai-me a paz dos estábulos, a paz das coisas organizadas, das colheitas realizadas.
         Permiti que eu seja, tendo terminado de tornar-me, estou cansado dos lutos do meu coração, estou velho demais para recomeçar, perdi um após outro meus amigos e meus inimigos, e em meu caminho fez-se uma luz de ócios tristes.
         Meu Deus, afastei-me de vós, mas voltei, vi os homens ao redor do velocino de ouro, não interessantes, mas estúpidos, e as crianças que nascem hoje são mais estrangeiras que os jovens bárbaros. Sinto-me carregado de tesouros inúteis como de uma música que não será jamais compreendida. Comecei minha obra com o machado de lenhador na floresta, e estava embriagado com o cântico das árvores, mas, agora que vi de muito perto os homens, estou cansado.
         Aparecei perante mim, Senhor, pois tudo é duro quando se perde o gosto de Deus.
         Em que se reencontrar, lar, costumes, crenças, eis o que é tão difícil hoje e o que torna tudo tão amargo...

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Antoine de SAINT-EXUPÉRY. Cartas do Pequeno Príncipe, BH-SP: Itatiaia, 1974, p. 38.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A NOVA MORAL CONJUGAL E A CORRUPÇÃO DA FAMÍLIA

Não foge à observação geral o movimento organizado e a sistemática ação com que as forças tenebrosas se empenham na subversão da ordem em todas as nações, com o fim de destruir a civilização cristã.
O plano foi projetado com superior habilidade: alvo primeiro e preferido é a família, célula que é do organismo social, condição e garantia do seu bem-estar e prosperidade.
Podemos acompanhar as etapas da campanha: afrouxamento do vínculo conjugal pela emancipação da mulher; perversão, por múltiplos métodos de contracepção, de sua missão de propagar a vida humana; destruição, pelo aborto oficializado, dessa vida já iniciada; extermínio, lento mas radical, da própria família pelo divórcio, pelo amor livre, pela homossexualidade.
Aceleram este movimento de desagregação as grandes revistas de consórcios internacionais; os teatros, cinemas e televisões teleguiados por forças secretas; os Institutos, especializados em contracepção, o poderoso BEMFAM...
O mais consternador é publicações católicas e mesmo sacerdotes cooperam para a penetração dos princípios corruptores nas famílias.
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Paulo BANNWARTH S.J.. A propósito da “nova” moral conjugal, In. Hora Presente n. 13, Ano IV, Novembro/1072, p. 208.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

AS APOSTASIAS: COMO SURGEM, COMO ACABAM

“Quase todas as apostasias são aventuras vulgares, porém todos os apóstatas acreditam que seu caso é de enorme transcendência para a Igreja. Todas as apostasias começam pretendendo algum bem espiritual, que se quer impor contra as regras divinas. A princípio o orgulho se esconde de mil maneiras, e só aparece quando se esbarra contra a vontade do Superior. Produz-se, então, a obstinação no próprio juízo e, como consequência, a rebeldia contra a suprema autoridade. E nem bem vem a conservar-se a ruptura definitiva, que costuma ser altissonante e aplaudida pelo mundo, vemos que Deus castiga o apóstata, permitindo-lhe cair nessa aventura vulgar, para que sejam vistos os pés de barro daquela estátua de ouro.”
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Hugo WAST (1883-1962), celebre escritor argentino, de quem já fizemos duas postagens neste espaço. Uma delas é o belo texto que traduzimos denominado O homem que nunca havia rezado e a outra é a tradução do primeiro capítulo do seu magnífico e atualíssimo A autobiografia do filhinho que não nasceu.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O PROGRESSO DESAGREGADOR DA FAMÍLIA

“É preciso que todos, não somente o Governo, se mantenham em permanente estado de alerta, para que a conspiração contra a família não leve a sociedade ao naufrágio.” (...) “Desorganizar a família equivale a abalar os fundamentos da sociedade e da própria nação e nos ataques contra essa instituição a criança é a primeira grande vítima.” (...) “Os ataques mais graves não são os internos, mas os externos, oriundos de duas condicionantes: a concepção individualista do destino do homem e um plano habilmente filtrado para minar as bases de nossa civilização. A primeira razão faz do matrimônio um simples contrato, retirando seu caráter sacral e o despindo de personalidade sagrada. O homem casa e descasa, se emancipa e pratica o amor livre, “porque é direito seu.” No segundo caso, minar a família, propagar irresponsavelmente a liberdade sexual, pelos meios de comunicação e influenciando subliminarmente, fazendo a impregnação sinuosa e hábil, é atacar a maior rocha, a grande fortaleza contra as tentativas de devassidão e quebra de valores. Também as drogas, a expedição contra a juventude, desvirilizando-a e a jogando na inutilidade dos devaneios, é parte do processo desagregador”.
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Do discurso do Prof. Alfredo BUZAID, então Ministro da Justiça, no II Encontro Nacional de Secretários de Estado, em Belo Horizonte. – “Diário de São Paulo”, 23/XI/72.

Foro de São Paulo e a "despatriarcalização".... 
Ou, o projeto de destruição da Família.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A CRISE DO SAGRADO

“A existência de uma crise do sagrado na sociedade contemporânea é fato real. Pode-se comprovar sua manifestação tanto em nível pessoal – na diminuição da vida interior e de oração – como no plano social, na secularização da sociedade. Esta crise não é consequência necessária da assim chamada civilização técnica; ela não é tampouco um fato irreversível ao qual seja necessário adaptar-se. Esta crise é a expressão atual da essência mesma do mal, ou seja, do esquecimento de Deus.
Não se pode negar que esta crise do sagrado penetra no próprio cristianismo. Ela se manifesta na tendência de reduzir o espirito evangélico a um simples serviço do próximo – menosprezando o amor de Deus - e a um amor do próximo que se identifica com uma ação meramente terreno e temporal”.

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Cardeal Jean DANIELOU, trecho de uma entrevista à Radio Vaticana, em outubro de 1971.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

OS DIREITOS DO HOMEM...

“Ora, convém lembrar que a história dos direitos do homem core paralela à da Revolução que quer acabar com a última lembrança do senhorio de Deus. Não me refiro aqui à história do direito que é paralela à da lei natural e portanto da lei divina, mas a esta específica noção de “direitos do homem” que surgiu na Revolução Francesa e na Independência Americana como um movimento maçônico, ou como uma rebelião do novo humanismo. Até hoje na ONU e nos pronunciamentos eclesiásticos guardam esses “Direitos do Homem” o mesmo sabor contestatário que quer “a morte do Pai”. No mundo que já foi católico, os mais altos personagens que jogam o duplo jogo não escondem o seu entusiasmo pela bandeira da Revolução e não disfarçam seu desprezo pelos mandamentos de Deus”.
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Gustavo CORÇÃO. “Os Direitos do Homem”, em O Globo de 25/5/74.