domingo, 8 de outubro de 2017

O GORDO MAIS BRIGUENTO DO MUNDO...

Este Gordo, o mais briguento do mundo, mas briguento com amabilidade de boxeador obeso, morreu sem deixar um só inimigo. Suas investidas eram tão sinceras, humildes e caritativas, tão impregnadas de humana simpatia, que o melhor seria aceita-las e calar-se. Não há poder contra a vida. Seria, contudo, um erro ver em Chesterton um puro polemista; ele foi um catequista. Voltaire é um puro polemista, um espadachim falaz. A polêmica em Chesterton é um episódio e um pretexto.
- Quanto sabe você, Mr. Gilbert?
- Nada mais que o Catecismo, filho!
- Mas o mete em tudo, como o tomate.
- Para isso nos foi dado.
Para poder reensinar o Catecismo aos ingleses haveria de entrar em um pub, sentar-se diante de uma garrafa de gin, saber de tudo, amar a Londres, ser um pouco raro, sempre excêntrico e ao mesmo tempo moderno e triunfal.  Haveria de ter uma alegria de criança, uma saúde de touro, uma fé de irlandês, um bom senso de cockney, uma imaginação shakespeariana, um coração de Dickens e uma vontade de lutar mais formidável já vista desde que o mundo é mundo.  
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Pe. Leonardo Castellani. El buen sentido de Chesterton, extraído do livro Critica Literaria: Notas a caballo de un pais en crisis. Buenos Aires: Ediciones Dictio, pp. 151-152.

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