“O socialismo distributivista dissemina por toda nação
o sentimento de que sempre se têm o direito de tudo pedir ao Estado, sem nada
lhe oferecer em troca, e dissolve o sentido do civismo e da responsabilidade (Bruclain,
"Socialisme,
debacle ou répletage", p. 37). A
economia socialista não pode funcionar senão através de uma série de relações
de dependência hierárquica, entre as quais o indivíduo não conta, uma vez que a
única fonte de poder é a do Estado-Partido. O homem de 1970, escreveu Jacques
Ellul, foi preparado pelas escolas para cumprir uma função, não para ser um
homem... Não tem tempo para conhecer a si mesmo nem para criar uma
relação complexa, difícil e desgastante com os demais. Este homem é muito bem
equilibrado, mas perfeitamente expansivo... tudo esperando, definitivamente,
das intervenções e decisões do Estado, que se converte em agente de toda impulsão coletiva ou
reivindicação social; o Estado é uma espécie de mediador entre o homem e todos
os problemas gerais. O Estado pode solucionar tudo; a cada acontecimento o homem
espera a resposta do Estado, inclusive no âmbito privado: os programas sociais
estão ai para resolver as questões individuais. Gado doce, educado e
tranquilo, extraordinariamente bem castrado, dizia Saint-Exupéry. Eis ai o
homem modelado pelo socialismo que, sem embargo, não cessa de prometer-lhe mais
responsabilidade, mais participação em seu destino...”
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