terça-feira, 12 de agosto de 2014

SOCIALISMO CONTRA O PROGRESSO

“O socialismo distributivista dissemina por toda nação o sentimento de que sempre se têm o direito de tudo pedir ao Estado, sem nada lhe oferecer em troca, e dissolve o sentido do civismo e da responsabilidade (Bruclain, "Socialisme, debacle ou répletage", p. 37). A economia socialista não pode funcionar senão através de uma série de relações de dependência hierárquica, entre as quais o indivíduo não conta, uma vez que a única fonte de poder é a do Estado-Partido. O homem de 1970, escreveu Jacques Ellul, foi preparado pelas escolas para cumprir uma função, não para ser um homem... Não tem tempo para conhecer a si mesmo nem para criar uma relação complexa, difícil e desgastante com os demais. Este homem é muito bem equilibrado, mas perfeitamente expansivo... tudo esperando, definitivamente, das intervenções e decisões do Estado, que se converte em agente de toda impulsão coletiva ou reivindicação social; o Estado é uma espécie de mediador entre o homem e todos os problemas gerais. O Estado pode solucionar tudo; a cada acontecimento o homem espera a resposta do Estado, inclusive no âmbito privado: os programas sociais estão ai para resolver as questões individuais. Gado doce, educado e tranquilo, extraordinariamente bem castrado, dizia Saint-Exupéry. Eis ai o homem modelado pelo socialismo que, sem embargo, não cessa de prometer-lhe mais responsabilidade, mais participação em seu destino...”

__ Jean de SAINT-CHAMAS. El socialismo contra el progreso, Revista Verbo, Mardi, n. 94, abril de 1971, p. 371.

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