A moralidade da ação revolucionária situa-se além do bem e do mal. O bem é a Revolução: e o mal é tudo o que se opõem a ela. O imperativo moral está totalmente incorporado à ação política posta ao seu serviço. O que justifica a violência numero 2 (a da ação revolucionária)? É a violência numero 1 (a ordem vigente): não as faltas pessoais, senão uma espécie de crime social difuso. De que crimes eram culpados os reféns da guerrilha, seja o embaixador ou o soldado? Há que referir-se à nova moral: a do pecado coletivo, que não é produto de pessoas senão das estruturas. O “mal das estruturas” é o nome do pecado original para teólogos como González Ruiz. Todo mundo é cúmplice desse mal, mas em primeiro lugar os que, por sua posição, defendem a ordem estabelecida. Se o pecado é fundamentalmente o mal das estruturas, a questão está em saber quem é cúmplice das estruturas. A moralidade da guerrilha vem a ser a de uma guerra justa: o guerrilheiro tem direito de colocar fora de combate todo indivíduo que seja cúmplice da ordem estabelecida.Rev. Padre Philippe ANDRÉ-VINCENT, O.P. A violência e o mito no fenômeno revolucionário. Publicado originalmente em “Permaneces” (n. 107), França, fevereiro de 1974. Posteriormente foi publicado sob o título "Revolução e Direito" pela coleção “Philosophie du Droit”, então dirigida pelo conhecido professor Michel Villey.
"Ó Cidadela, minha morada, prometo salvar-te dos projetos de areia, e hei de bordar-te de clarins para tocarem na guerra contra os bárbaros". A. de Saint-Exupéry ("Cidadela", II)
terça-feira, 8 de abril de 2014
A MORALIDADE DA AÇÃO REVOLUCIONÁRIA ACIMA DO BEM E DO MAL
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