Sobre o tronco envenenado do pecado original, florescem “a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida”, que provocam todos os nossos pecados pessoais. Ora, o homem é incapaz de sair desse estado por si mesmo, uma vez que a sua natureza, encerrada em si mesma e procurando-se a si mesma numa autocomplacência desordenada, não pode por si mesma voltar a encontrar o dom de Deus de que se afastou. Um dado fundamental da humildade cristã é o de que tomemos consciência da extrema miséria a que chegou o nosso ser, deixando-se impregnar pela desordem do pecado e por todos os apegos desordenados, e da nossa impotência total em nos libertarmos deles. Se nos dermos ao trabalho de meditar na liturgia da Quaresma, nessa longa sequencia de missas que se sucedem durante quarenta dias, compreenderemos que a ideia dominante que delas ressalta incessantemente é que somos pecadores e irremediavelmente pecadores, se contarmos apenas conosco próprios e com os nossos próprios meios.Jean DAUJAT (1906-1998). Viver o Cristianismo. 2. ed., Lisboa: Editorial Aster, pp. 139-140.
"Ó Cidadela, minha morada, prometo salvar-te dos projetos de areia, e hei de bordar-te de clarins para tocarem na guerra contra os bárbaros". A. de Saint-Exupéry ("Cidadela", II)
segunda-feira, 7 de abril de 2014
O TRONCO ENVENENADO DO PECADO ORIGINAL
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