Hoje estamos no limiar da Semana Santa, preparando
nosso olhos para o quadro da vitória do Cristo, que a Igreja nos oferece com
sinais moldados nas coisas peregrinas, e que nos deixa entrever, no outro lado
do espelho, o país maravilhoso da divina esperança. A obra de Cristo, espécie
de usinagem operada sobre a dor e a morte, e por conseguinte sobre o que
constitui o máximo espanto do mundo, abre-se agora num estuário de glória... São
Bento ensina que a vida do monge deveria ser uma Quaresma contínua. A nossa
também. E essa Quaresma deveria ser paixão e a paixão deveria ser morte; e a
morte deveria ser Páscoa. A travessia, a transmutação que Deus espera de nós é
uma conversão que vá deixando o que menos somos em favor do que verdadeiramente
somos por dom de natureza e pelos dons da graça. De claridade em claridade, se
formos dóceis, iremos caminhando por atalhos de dores, para o país do amor
perfeito que tem bandeira de fogo em mastro de cera.
Gustavo CORÇÃO. Marcos
da eternidade.
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