O homem procura os bens de que
carece para a vida a fim de realizar a própria felicidade. Mas a felicidade
completa não é possível neste mundo. E a posse dos bens temporais nunca chegará
a satisfazer completamente o homem. Só a posse de Deus, na eterna
bem-aventurança, dá ao ser humano a satisfação fotal e plena. Claro está, pois,
que aqueles bens temporais não se devem opor (com o que não seriam verdadeiros
bens), mas facilitar, à consecução da finalidade última para a qual fomos todos
criados. O Bem Comum resulta das condições exteriores que a sociedade deve
proporcionar aos seus membros: a paz ou ‘tranquilidade da ordem’ como a define
Santo Agostinho; a garantia dos direitos de cada um; os bens materiais
necessários à própria subsistência, postos ao alcance de todos, etc. Mas a
felicidade é obra pessoal de cada um de nós, resulta de nossos próprios
esforços. A sociedade não pode reparti-la entre seus membros e nenhuma
‘providência social’ pode assegurá-la para o futuro de cada indivíduo. Daó o
dizer Taparelli: o Bem Comum é o bem social externo, coordenado ao interno e
subordinado ao eterno.
José Pedro
GALVÃO DE SOUSA. Iniciação à Teoria do Estado, São Paulo: José Bushatsky Editor, 1967,
p. 24.
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