terça-feira, 2 de dezembro de 2014

AUTÓPSIA DA REVOLUÇÃO

 Segue abaixo excerto de um artigo originalmente publicado na antiga revista católica francesa "Permanences" (413-414, “Autopsie de la Révolution”), que a pesar do tempo transcorrido não perdeu sua atualidade, sobretudo na América Latina governada pelos revolucionários do Foro de São Paulo.

É habitual resumir em cinco pontos os mecanismos da Revolução (1) que sintetizam a tática elaborada por León Trotsky.

1 – Dispor de pequenas equipes de homens formados e exercitados. Este ponto não tem nada de subversivo em si; recordamos suficientemente esta necessidade de pequenas equipes e a força do pequeno número. Constitui o elemento obrigatório de toda ação humana eficaz.
2 – Montar pequenas operações que bloqueiem o funcionamento normal das instituições. Se trata de pôr de relevo a fragilidade do poder existente. Se provoca uma paralisação do país ou alguns setores de atividade; o "benefício prático" obtido importa pouco, o êxito só está vinculado ao impacto ideológico. Exemplos: A greve ou a transgressão que conduz a um processo judicial para manifestar que a lei tornou-se ultrapassada e não pode ser respeitada…
3 – Suscitar a dúvida, o medo, o silêncio e o recolhimento sobre si. A dúvida, que paralisa, é a arma mais eficaz de Satanás. O objetivo é, em particular, instalar o temor (temor de não ser de seu tempo, de ser racista, homofóbico...) e de constituir o que se convencionou chamar a "maioria silenciosa". Esta maioria é efetivamente convertida em silenciosa por meios de pressão eficazes.
4 – Suscitar e fazer crer a aparição de uma nova moral e, em consequência, de uma nova legitimidade. O discurso subversivo procura, constantemente, ser moralizador. Tem por objetivo fabricar uma consciência coletiva que maneje a consciência pessoal. Um consenso fabricado substitui os dados essenciais da lei natural. O vocabulário é manipulado: bebê de proveta se converteu, em ocasião dos debates sobre bioética, em bebê do amor ou bebê da esperança… Encontramos aqui o princípio maçônico solve et coagula: dissolver uma moral para legitimar uma novidade.
5 – Suscitar novos poderes sobrepondo-se acima das competências e responsabilidades legais. O poder político debilitado é substituído por um poder paralelo, que não está fundado em legitimidade alguma e não responde por suas decisões. A política se elabora em comissões ou grupos obscuros (financeiros, maçônicos…). Organismos como SOS Racismo ou Act-Up elaboram as leis. As ONGs se convertem em níveis essenciais destas hierarquias paralelas à nível mundial (planificação familiar…).

A cada um destes pontos corresponde uma "contra-medida", mas é importante recordar que a ação contra revolucionária não é uma Revolução ao contrário senão o contrário da Revolução.
A pergunta, por quem é que lutamos? Enquanto leigos católicos, não podemos senão responder: por Cristo Rei. A pergunta, contra quem nós lutamos? A resposta é também evidente: contra Satã. Mas Satã é "legião", como nos diz a Escritura. Se sabe que a Virgem em La Salette revelou aos videntes que Lúcifer aparecia assistido por uma classe de ministério composto de três membros: Mamon, o demônio do dinheiro; Asmodeo, o demônio da luxúria, e Belzebu, o demônio do ocultismo.
Uma vez mais, devemos a Jean OUSSET (2) a conclusão e a intuição do que convém fazer:
"Temos em nossa frente o erro e aqueles que o divulgam. É impossível separar os dois. Os erros são similares às flechas que não fariam nenhum mal à ninguém se não houvesse quem as lançassem com um arco ou com um fuzil. Pretender guerrear somente contra as ideias e os sistemas perversos, sem ter em conta quem os divulgam, difundem, aplicam sistematicamente seria uma loucura, senão cumplicidade manifesta com o inimigo".

(1) Utilizamos aqui o folheto de Philippe Maxence: Introduction à une action civique.

(2) Pour qu’Il règne, p. 81.

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