sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A PEDAGOGIA DO HOMEM ESSENCIAL

Frente à Pedagogia da mediocridade e do ecletismo, frente à proposta de um self-made man sem mais compromissos senão desfazer-se deles, frente à moral autônoma e a prescidência magisterial, frente aos pensamentos moveis e à anormalidade homologada com o normal, frente à todas as formas de imanentismo, reducionismo e massificação, frente à destruição da vida contemplativa com as maquinas de ensinar e os programas de controle remoto, frente – em suma – à Pedagogia Moderna, é necessário, urgente, impostergável, reconquistar a Pedagogia dos Arquétipos.
Tudo já foi provado; resta provar a Verdade.
Um ensino fundado no senhorio sobre si mesmo – que não é outra coisa que a verdadeira liberdade -, na renúncia e na obediência, na concepção da vida como um ato de serviço; um ensino sustentado nos mais altos valores especulativos e nas mais licitas preocupações concretas.
Pedagogia do homem essencial, portador de um destino transcendente; Pedagogia da virtude e do Patriotismo; da Ordem Natural e do realismo; Pedagogia da Cruz e não da foice e do martelo, porque uma não se salva nem engrandece com as saídas laborais e os avanços técnicos, mas – como dizia Marechal –

“cuando traza la cruz en su esfera durable; la Cruz tiene dos líneas: ¿cómo las traza un pueblo? con la marcha fogosa de sus héroes abajo (tal es la horizontal) y la levitación de sus Santos arriba (tal es la vertical de uma Cruz bien lograda)”

A resposta adequada deve partir de uma atitude metafísica. Não basta resolver problemas conjunturais por importantes que pareçam. Mas, ademais -  e isto é decisivo -, esse movimento da alma para o Exemplar que suscitam os Arquétipos, não só incide no próprio aperfeiçoamento pessoa e social mas tem seu desenlace obrigatório, sua coroação, diríamos, no conhecimento e imitação do Arquétipo por antonomásia, a Causa Exemplar, Modelo e Modelador, guia e matriz de tudo o que existe: Deus.



Antonio CAPONNETTO. Pedagogía y educación: la crisis de la contemplación en la Escuela Moderna. Colección Ensayos Doctrinarios. Buenos Aires: Cruz y Fierro Editores, 1981, pp. 256-257.


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