O que falta para esta geração, que não
tem mais do que a palavra amor na boca, é a ordem do amor, o amor
verdadeiro.
Pois, em certo sentido, o amor nunca
falta. Deus o colocou muito bem naquilo que nosso ser tem de mais profundo, de
mais inalienável.
O que falta é a ordem do amor.
Ama-se, mas ama-se mal, e por isso
mesmo, não se ama verdadeiramente.
O que são, por exemplo, os pecados
capitais senão as principais formas de desordem do amor?
O orgulho ou amor desordenado de si
mesmo.
A avareza ou amor desordenado dos bens
materiais.
A luxúria ou amor desordenado dos
prazeres da carne.
A inveja ou amor desordenado de nossa
própria superioridade.
A gula ou amor desordenado dos prazeres
da comida.
A ira ou reação desordenada de um amor
contrariado.
A preguiça ou amor desordenado do
prazer imediato pelo repúdio a todo esforço, pela negativa de enfrentar
qualquer dificuldade.
Sim, o amor (um certo amor) está em
tudo isso. Mas não deixa de haver, por isso, uma ruína de amor, posto que é
ruína esta espécie de amor, já que o amor por essência é esforço, generosidade,
doação.
Falta de amor, pois, ou destruição do
amor, a partir do momento em que descarta a ordem no amor.
___ Jean OUSSET (1914-1994). Introducción a la política, quarta parte: "Todo poder viene de Dios".
Jean Ousset (1914/1994)
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