segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O AMOR E A ORDEM DO AMOR

O que falta para esta geração, que não tem mais do que a palavra amor na boca, é a ordem do amor, o amor verdadeiro.
Pois, em certo sentido, o amor nunca falta. Deus o colocou muito bem naquilo que nosso ser tem de mais profundo, de mais inalienável.
O que falta é a ordem do amor.
Ama-se, mas ama-se mal, e por isso mesmo, não se ama verdadeiramente.
O que são, por exemplo, os pecados capitais senão as principais formas de desordem do amor?
O orgulho ou amor desordenado de si mesmo.
A avareza ou amor desordenado dos bens materiais.
A luxúria ou amor desordenado dos prazeres da carne.
A inveja ou amor desordenado de nossa própria superioridade.
A gula ou amor desordenado dos prazeres da comida.
A ira ou reação desordenada de um amor contrariado.
A preguiça ou amor desordenado do prazer imediato pelo repúdio a todo esforço, pela negativa de enfrentar qualquer dificuldade.
Sim, o amor (um certo amor) está em tudo isso. Mas não deixa de haver, por isso, uma ruína de amor, posto que é ruína esta espécie de amor, já que o amor por essência é esforço, generosidade, doação.
Falta de amor, pois, ou destruição do amor, a partir do momento em que descarta a ordem no amor. 


___ Jean OUSSET (1914-1994). Introducción a la política, quarta parte: "Todo poder viene de Dios".

Jean Ousset (1914/1994)

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