A arte divina da Criação tem sua
analogia mais próxima no ato de afirmar o que é ou intuir uma forma bela, mais
do que o ato de fazer ou de produzir. Em outros términos, se trata de
esclarecer que o ato de criar se compreende melhor através da contemplação intelectual
que da prática manual ou técnica. Se queremos buscar entre as atividades próprias
do homem a que está mais próxima e é mais semelhante ao Ato de Criar, a
encontraremos na atividade intelectual mais pura e mais desprendida do
material... o que é o mesmo, o ato de nomear um ser, de chama-lo por seu nome,
indicando quem é e fazendo-o vir à presença.... O “Fazer” divino tem sua
analogia mais próxima na arte da palavra... Falar com propriedade, chamas as
coisas por seu nome, sabe-las distinguir e hierarquizar, esta atividade
especulativa teórica cuja plenitude se alcançaria na Contemplação pura, é a que
melhor e mais adequadamente nos permite compreender o Ato da Criação... No
princípio era o Verbo e não o trabalho. Primeiro é nomear as coisas e depois é
faze-las. A tarefa peremptória que incumbe a nós ocidentais, é precisamente a
reabilitação da palavra restituindo-a ao seu prestigio antigo, à sua nobreza original.
Jordán Bruno GENTA. La idea y las
ideologias, Dialogos metafísicos de Platon. La teoria de las ideas en la
demonstración de la inmaterialidad y de la libertad del alma. Buenos Aires: Ed.
del Restaurador, 1949, p. 207.
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