“O homem ‘cultiva e humaniza’ o mundo para
cultivar-se a si mesmo; cultura significa humanização do homem e do mundo, ou,
dito de outro modo: a finalidade da cultura em sentido objetivo é a vertente
subjetiva da cultura: o enriquecimento moral do ser humano... Transmitir e
criar a cultura objetiva é, por conseguinte, fazer o homem livre, oferecer-lhe
vias ao descobrimento do sentido último de sua vida. O primordial da cultura
é a índole exemplar de uma humanidade que se reflete e se plasma na arte, na moral,
nas instituições e nas manifestações culturais todas que, reciprocamente,
oferecem uma configuração adequada da vida. Uma cultura é perfeita não só
quando oferece realizações objetivas tecnicamente consumadas, senão quando
estas repercutem na vida e a elevam. A principal missão da sociedade será, não
apenas e nem principalmente, apropriar-se de uma cultura obtida pela tradição e
pela investigação, senão transmiti-la para que se dilate ao máximo possível de
homens e se coloque realmente ao serviço da humanidade integral e verdadeira do
homem. Werner Jaeger, em sua monumental Paidéia, recorda que para homens como
Sócrates e Aristóteles, não tinha nada haver o conceito técnico atual da
política e do Estado - em seu sentido abstrato característico -, com a noção de
‘polis’, a qual se erigia em ‘fonte dos bens supremos da vida e das normas de
vida mais elevadas’, e vinha impregnada de um profundo sentido moral interior”.
____ Andrés Jiménez ABAD.
La amenaza del sofisma. Verbo ns. 225-226, pp. 7727-728.
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