Por Fernando Rodrigues Batista
Nos momentos de
intempéries, de agruras que parecem sorver todas as nossas forças, lembremos
desta figura fascinante que foi ANACLETO GONZÁLEZ FLORES (13 de julho de 1888 –
1° de abril de 1927), um dos heróis da Epopeia Cristera (1926-1929).
Vítima do
laicismo-maçônico, foi assassinado em 1° de abril de 1927, aos 38 anos de
idade.
Ao ouvir sua
sentença, respondeu concisa e profundamente:
“Uma só coisa direi e
é que tenho trabalhado com todo desinteresse na defesa da causa de Jesus Cristo
e de sua Igreja. Vós me matareis, mas sabei que a causa não morrerá comigo.
Muitos virão depois de mim dispostos a defendê-la até o martírio. Eu me vou,
mas com a segurança de que em instantes verei do céu o triunfo da religião em
minha Pátria”.
Belo desfecho de uma
vida dedicada ao serviço de um ideal elevado.
Anacleto não morreu
em defesa de um vago humanismo de cariz maçônica, nem da democracia, nem do
ecumenismo, nem do meio-ambiente, nem do indigenismo, nem do MST, nem de um
filantropismo rotariano, nem de qualquer outra estupidez tão cara aos arautos
do liberalismo católico de nossos dias e de outros.
Razão de sua morte:
morreu “pela fé e pela Verdade Crucificada”. Quem o
matou: “o matou o ódio por lutar pelo Amor dos Amores” (como
disse Antonio CAPONNETTO a respeito de outro mártir, o professor argentino
Jordan Bruno GENTA, vitima do ódio comunista, morto ao se dirigir para a Santa
Missa).
Que bela morte quando
se morre pelo Amor dos Amores. Morrer pela Fé, morrer pelo Amor. Os
progressistas não podem compreender a beleza da morte em
tais circunstâncias pela simples razão de já não possuírem fé. E se não há
fé já não pode haver Amor, mas apenas um arremedo de amor.
Antes de sucumbir, às
15h, como revela o Padre Alfredo SAENZ em obra dedicada ao nosso
herói, Anacleto recitou o ato de contrição. Apesar das dores, com voz serena e
vigorosa se dirigiu ao General Ferreira, que presenciava a tragédia:
“General, o perdoo de
todo o coração; muito em breve nos veremos ante o tribunal divino; o mesmo Juiz
que me julgará será o seu; então você terá em mim um intercessor com Deus”.
Na hora derradeira,
após um breve titubeio dos soldados que lhe crivarão de balas em seguida, com a
última energia que lhe restava bradou serenamente:
“Pela segunda vez ouça
as Américas este grito: ‘Eu morro, mas Deus não morre. Viva Cristo Rei’”.
Ao dizer pela segunda
vez, Anacleto referia-se às palavras pronunciadas pelo então Presidente do
Equador, Gabriel GARCIA MORENO, ao sucumbir “vítima da bala da
franco-maçonaria” (expressão do Padre CALMEL).
Como dizíamos no
início, nos momentos de dificuldades lembremos a bela vida de Anacleto. “A
vida na terra é milícia”, conforme a consigna de Jó.
Mas somos miseráveis,
lodo, e só com a graça não sucumbiremos. “O mal nos rodeia e nos
solicita por todas as partes, abertamente ou por desvios mais ou menos
dissimulados. Não nos dá trégua”, disse Marcel de La Bigne VILLENEUVE em um
livrinho chamado “Satan dans la cite”.
Para revigorar nossas
forças, sugiro aos amigos e eventuais leitores do blog, que rezemos a bela
oração composta por Anacleto na hora derradeira, e que ainda hoje seguem
rezando, após o rosário, as famílias cristeras:
“¡Jesús
misericordioso! Mis pecados son más que las gotas de sangre que derramaste por
mi. No merezco pertenecer al ejército que defiende los derechos de tu iglesia y
que lucha por ti. Quisiera nunca haber pecado para que mi vida fuera una
ofrenda agradable a tus ojos. Lávame de mis iniquidades y limpíame de mis
pecados. Por tu santa Cruz, por mi Madre Santísima de Guadalupe, perdóname, no
he sabido hacer penitencia de mis peinados; por eso quiero recibir la muerte
como un castigo merecido por ellos. No quiero pelear, ni vivir ni morir sino
por ti y por tu Iglesia. ¡Madre Santa de Guadalupe!, acompaña en su agonía a
este pobre pecador. Concédeme que mi último grito en la tierra y mi primer
cántico en el cielo sea ¡ Viva Cristo Rey!"
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