“Quem recusa reconhecer
ou amar a Deus, fatalmente reconhece ou ama a um fetiche: as épocas pouco
religiosas são as mais supersticiosas e idolatras. E a idolatria leva ao
fanatismo. Deus é uno, mas os ídolos podem ser infinitos, e cada homem fabrica
o seu. O fanatismo implica intolerância, violência e guerra de ídolos contra ídolos,
de fanáticos contra fanáticos; daí a falta de respeito recíproco e a
conseguinte “impiedade” contra tudo e todos e a negação da liberdade. A
sociedade moderna é idolatra – o laicismo é sempre idolatria -, é fanática e
intolerante de extrema intolerância... A identificação do conhecer humano com o
Absoluto, da verdade com o pensamento em seu devir, do ser com o pensar,
comporta, como já se foi dito, a dissolução de Deus no homem, a divinização do
homem, a absolutização do princípio da subjetividade, a redução de Deus-Homem ao
Homem-Deus, a conversão da teologia em antropologia, que implica em nada dizer
sobre o ser do homem e sobre o ser de Deus. Assim, a divindade do mundo moderno
foi, sucessivamente, a Ciência, a Humanidade, a Filosofia, a Economia, a
História etc.; sempre um ídolo; um mito mundano e laico chamado a se colocar no
lugar de Deus”.
____ Michele FEDERICO
SCIACCA. L'ora dì Cristo, cap. II, Milão: Marzorati, 1973, pp. 80 e ss.
Nenhum comentário:
Postar um comentário