“Quando o rei Davi provocou a ira de Deus, com o pecado da vaidade, fazendo o recenseamento de seu povo, para medir seu poder, teve de optar por um de três castigos, que Deus, através do profeta de Gad, lhe mandou que escolhesse: “três anos de fome em teu reino; três meses de fuga diante de teu inimigo, ou três dias de epidemia em teu reino”. Davi escolheu o último – três dias de epidemia, dizendo: “lancemo-nos nas mãos de Deus, porque são grandes as suas misericórdias, antes que cair nas mãos dos homens. Mandou, pois, o Senhor uma peste a Israel, desde aquela manhã até o tempo fixado, e morreram do povo setenta mil pessoas” (II Samuel, 24-1-15). A história de sessenta anos de domínio comunista sobre a metade do mundo, subjugando vinte e uma nações, já com mais de oitenta milhões de mártires, aniquilados nas mais abjetas condições, morrendo outros, “como moscas”, nos campos de concentração, que abrigam trinta milhões de pessoas, como denunciou Victor Kravchenko, em seu livro “Escolhi a Liberdade”, ou no “Arquipélago Gulag”, descrito por Alexander Soljenítsin, que ali cumpriu pena de oito anos, ditada ao juiz pelo Partido Comunista – essa história vem demonstrar a sabedoria e a prudência de David na escolha do castigo: antes cair nas mãos de Deus, porque são grandes as suas misericórdias, do que nas dos homens – e homens sem fé...”____________________
Ítalo GALLI (1913-2012). Discurso de posse no Tribunal de Justiça de São Paulo. In. “Direitos da Moral”, São Paulo, 1992, p. 45.
Desembargador Ítalo GALLI (1913-2012)
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