sexta-feira, 28 de março de 2014

O HOMEM MODERNO

Dizíamos que este homem moderno desarraigado é fruto do grande processo revolucionário do mundo moderno. Não em vão aquelas duas revoluções a que acabamos de aludir [a francesa e a russa], e que tiveram a Europa por cenário, tentaram dissociá-lo de todas as suas re-ligações: de sua família, de sua profissão, de sua terra, de sua pátria, imaginando a sociedade política como um absoluto, diagramado por pensadores de gabinete, desenhado sobre uma mesa de escritório. A primeira revolução simbolizou concretamente dito projeto na famosa Lei Chapelier, que desligava o homem das corporações artesanais, para entregá-lo à segunda revolução que o obrigou a adaptar-se ao molde estatal. O homem ficou cada vez mais só e inerme ante um Estado cada vez mais onipotente, sem raízes nas famílias, nas associações intermediárias, na pátria, em Deus. 
Alfredo SÁENZ. El hombre moderno, descripción fenomenológica, Buenos Aires: Editorial Gladius, p. 08. 

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